DOCUMENTÁRIO “MEMÓRIA EXTENSIONISTA” PELA TV UFMA

Após sua exibição em episódios, durante todo o mês de outubro, em comemoração aos 50 anos de fundação da Universidade Federal do Maranhão, o documentário "Memória Extensionista" será também exibido hoje, na íntegra, às 17 horas, pela TV UFMA (canal 54.1). O documentário resgata a história da extensão na UFMA nas suas primeiras décadas, por meio de depoimentos de extensionistas participantes de experiências importantes e estratégicas para a atuação da extensão universitária do período. Traz informações, ainda pouco conhecidas, sobre a relevância da extensão protagonizada pela UFMA para o desenvolvimento do Maranhão da época e também do país, visto que algumas ações extensionistas tornaram-se referência nacional, a exemplo do CRUTAC (Programa Centro Rural Universitário de Treinamento e Ação Comunitária). Outros temas importantes também registrados são as primeiras ações culturais desenvolvidas por nossa IES (como o FEMACO e a Jornada Super 8, por exemplo), a criação e organização dos primeiros diretórios acadêmicos, do Restaurante Universitário e da Residência Estudantil), o remanejamento da comunidade do Sá Viana para a Vila Embratel, a organização desta como novo bairro e a realização das primeiras ações extensionistas na Vila Embratel.
O documentário é resultado de uma das frentes de atuação do projeto de pesquisa e extensão "Acervo Documental da Extensão na UFMA", coordenado pela assistente social Tania Lima dos Santos, do Departamento de Extensão da Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Empreendedorismo, e contou com o apoio da FAPEMA e TV UFMA.

PESQUISA NA BIBLIOTECA PÚBLICA BENEDITO LEITE

O Imparcial, 10 de outubro de 1976.

Atualmente o projeto “História Memória da Extensão na UFMA” tem um acervo organizado com documentos que englobam um número significativo de projetos já desenvolvidos pela Universidade Federal do Maranhão, e agora, já em nova fase, tem como espaço de pesquisa a Biblioteca Pública Benedito Leite, cujo acervo jornalístico tem contribuído para fundamentar o material encontrado nos arquivos da PROEXCE. Por meio do atual jornal pesquisado, O IMPARCIAL, reunimos notícias voltadas a Universidade que tenham como destaque: os projetos, os convênios, a fundação de novos campi e expansão do campus Bacanga, bem como o noticiário de projetos como o CRUTAC (Programa Centro Rural Universitário de Treinamento e Ação Comunitária), além da distribuição de bolsas de pesquisa a alunos dos cursos relacionados diretamente à aplicação dos projetos, seja na área de saúde, seja no desenvolvimento socioeconômico das comunidades da capital ou do interior do estado.

O Imparcial, 10 de outubro de 1974.

A pesquisa realizada a partir de fontes jornalísticas que fundamenta o material encontrado nos arquivos da PROEXCE, tem uma finalidade para além deste objetivo. Podemos perceber efetivamente o desenvolvimento dos projetos, a receptividade que tiveram na imprensa e, o mais importante, nas comunidades. Ao longo da trajetória de 50 anos da UFMA, uma imensa gama de projetos foram desenvolvidos efetivamente. Embora alguns não tenham alcançado os resultados esperados, por motivos diversos, internos ou externos, mesmo assim há uma espécie de aproveitamento nisto, já que alguns projetos perduram por anos, e seguramente têm sido adaptados para cada circunstância adversa que tenham enfrentado nas tentativas de realizar um trabalho com bons resultados.  Assim, não podemos deixar de destacar que para haver um trabalho satisfatório, os investimentos empregados nos projetos tornam-se fundamentais para o resultado final desejado. Tendo em vista esta observação, constatamos nas fontes pesquisadas a ocorrência tanto de projetos que foram cancelados em alguma das fases de sua aplicação, porém, em outros casos, como de projetos que obtiveram os resultados esperados que, por sua vez, ficaram evidentes nas publicações do jornal O IMPARCIAL.

O Imparcial, 08 de janeiro de 1976.

Em relação ao material pesquisado na Biblioteca Benedito Lite, encontramos um leque variado de matérias diretamente ligadas a UFMA. Nossa pesquisa iniciou a partir do ano de publicação 1966 e neste momento já está na da década de 80. Para deixarmos o público informado das atividades realizadas, vamos publicar algumas das matérias encontradas neste jornal que já digitalização.

HISTÓRIA E MEMÓRIA NA RECONSTRUÇÃO HISTORIOGRÁFICA DA EXTENSÃO NA UFMA

Como formas de percepção do passado que se busca reconstruir, memória e história podem ser considerados conceitos mutuamente permeáveis, embora não intercambiáveis. A “memória tem uma relação direta, afetiva com o passado, visto que ela é, antes de tudo, memória individual, lembrança pessoal de acontecimentos vividos (...) A memória é terrivelmente seletiva e se concentra sobre alguns fatos. (...) sabe também transformar, consciente ou inconscientemente, o passado em função do presente...' (JOUTARD, 1992, 205). Assim, pode ser entendida como “a capacidade de relacionar um evento atual com um evento passado do mesmo tipo, portanto como uma capacidade de evocar o passado através do presente” (JAPIASSÚ, 1996, 178).

Já a história “instaura uma distância; na grande maioria dos casos, o historiador não viveu o passado que descreve, a ligação afetiva e pessoal não é espontânea, mesmo que o assunto estudado pelo historiador tenha alguma relação com sua própria história. Mas, sobretudo, sua atitude em relação ao estudo o obriga a adotar um distanciamento (...) deve combater o esquecimento e não pode se permitir negligenciar os fatos importantes, mesmo se ele os hierarquiza e os classifica. Ele deve utilizar todas as fontes” (JOUTARD, 1992, 205). Nesta perspectiva, ressalta-se que a história é sustentada por métodos e pela preocupação com as fontes, consistindo numa reconstrução científica do passado que procura distanciar-se deste em função da fidelidade da própria reconstrução que realiza. A memória, por sua vez, mais subjetiva, percebe o passado a partir de uma perspectiva do presente, por isso mais aberta à “influência” da subjetividade, à seletividade de quem evoca o passado. Pode neste caso ser entendida ainda como “propriedade de conservar certas informações” passadas, atualizando-as psiquicamente; como produção de um determinado contexto, passa a ser também memória social, “um dos meios fundamentais de abordar os problemas do tempo e da história” (LE GOFF, 2004), ou seja, constitui-se num modo particular de olhar também o presente.

Na tentativa de reconstrução histórica da extensão no percurso das atividades do Projeto História e Memória da Extensão na UFMA, essas duas formas de apreender o passado - memória e história - são importantes e complementares, o que pode ser evidenciado, sobretudo, pelo cuidado com a utilização das fontes, pelo relativo distanciamento aplicado a estas, pelo tratamento concedido aos dados coletados, assim como, de outro lado, pela experiência de “ouvir”, durante as entrevistas, os atores do passado recente da extensão, e perceber que seus cujos “olhares” permeiam este passado não apenas de individualidade, mas de uma carga social do presente.

Atividades desenvolvidas no Projeto História e Memória da Extensão na UFMA

Atividades desenvolvidas no Projeto História e Memória da Extensão na UFMA

No período de março a maio de 2014, fizemos a pesquisa e catalogação dos documentos relacionados à extensão universitária nas décadas de 1960 a 1980. Esta atividade se concentrou na Biblioteca Mísula do Saber e no Arquivo Memorial Cristo Rei, que se localizam no Palácio Cristo Rei. Durante a pesquisa foi possível perceber que nos anos iniciais da Universidade Federal do Maranhão havia o desenvolvimento de atividades de caráter extensionista, mas que estas não eram definidas como tal. Dentre os documentos encontrados, pode-se destacar o CRUTAC (Centro Rural de Treinamento e Ação Comunitária), a fundação do COLUN (Colégio Universitário) e a criação da PREXAE (Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Estudantis).

Em maio, participamos do 6º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária, realizado na Universidade Federal do Pará, no período de 19 a 22 de maio de 2014. Apresentamos a comunicação oral: História e Memória da Extensão na UFMA: pesquisa e catalogação dos projetos extensionistas entre as décadas de 1960 e 1980. Neste trabalho apresentamos os resultados e as experiências vivenciadas no projeto. O evento foi de fundamental importância, pois possibilitou discussões e sugestões para a continuidade do projeto.

Em junho, iniciamos a pesquisa na Biblioteca Pública Benedito Leite, pesquisando jornais das décadas de 1960 a 1980 que contenham notícias sobre atividades extensionistas realizadas pela FUM (Fundação Universidade do Maranhão)[1], contando com o auxílio de um scanner portátil, que tem facilitado a catalogação do material. Também fizemos pesquisa no Arquivo Público do Estado do Maranhão, mas, por conter pouco material, nos concentramos na Biblioteca Benedito Leite.

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[1] Posteriormente se torna Universidade Federal do Maranhão - UFMA

Apresentação VI CBEU

Apresentação VI CBEU

Projetos de Extensão na área Cultural.

O objetivo inicial da pesquisa é fazer um levantamento das atividades extensionistas desenvolvidas nas décadas de 1960, 1970 e início dos anos de 1980. Após uma análise cuidadosa do material coletado na Biblioteca Mísula do Saber, localizada o Palácio Cristo Rei, podemos afirmar que dentre as propostas de projetos de extensão encontradas nos relatórios departamentais que receberam aprovação, merecem destaque os trabalhos desenvolvidos pelo DAC (Departamento de Assuntos Culturais). Dentre os muitos projetos propostos e desenvolvidos por este departamento podemos destacar:

Jornada de Cinema Super 8mm – exibição de produções do cinema nacional, incluindo curta metragens, longas, documentários sobre a cultura regional. Funcionava em parceria com o Cineclube Universitário Uirá que participava proativamente na organização do evento que contava com a participação média de 500 pessoas nos quatro dias de apresentação dos filmes.

FEMACO – Festival Maranhense de Coros – Geralmente concentrava suas apresentações no Teatro Arthur Azevedo, espaços abertos do Campus do Bacanga, Vila Embratel (Núcleo de Extensão), Vila Palmeira (Colégio Universitário) e em turnês pelo interior do estado do Maranhão. Em pleno funcionamento de 1977 até os dias atuais (sendo a última edição realizada em 2012), tem como objetivo estimular a prática e a difusão do canto coral, favorecendo o intercâmbio musical, respaldado nas raízes e tradições do povo maranhense em seu aspecto folclórico, popular e erudito.

SUARTE – Salão Universitário de Arte – Espaço para divulgação da produção de desenhos e pinturas dos artistas plásticos da universidade iniciantes ou já consolidados no cenário de São Luís. Conseguia reunir cerca de 500 expectadores durante os seus dias de exibição.

Projeto Escala – por vezes funcionava em conjunto com o FEMACO, levando o canto coral, palestras, debates, cursos de aperfeiçoamento e apresentações com músicos locais para cidades do interior como Pedreiras, Bacabal, Lago da Pedra, Vitorino Freire, Imperatriz e Carolina.

Além destes citados, existem muitos outros projetos pontuais apresentados em relatórios departamentais da PREXAE (Pró-reitoria de Extensão e Assuntos Estudantis) e DAC que registram a história da produção extensionista da Universidade Federal do Maranhão na área cultural e evidenciam a sua vocação de ser uma academia que extravasa o limite dos seus muros.

ACONTECIMENTO DA PESQUISA

A Realização da pesquisa tem sido feita com a participação de dois bolsistas que tem o compromisso de coleta de dados sobre a extensão em outros setores da UFMA e junto a extensionistas potencialmente portadores de informações relevantes para o resgate histórico da extensão. Tendo em vista que a universidade tem sempre uma representação na sociedade coo instrumento de preservação da cultura, constituindo-se até mesmo com o papel de transformação do contexto sociocultural do Estado que se estabelece.

Após os quatro meses inicias da realização do projeto, os documentos encontrados no referente ao resgate da memoria da pratica extensionista da UFMA, foram encontrados na biblioteca “Mísula do Saber” e no Arquivo Memorial Cristo Rei localizada no Palácio Cristo Rei, o Gaurdião das memórias da UFMA, estes documentos são de suma importância para o resgate e catalogação do acervo extensionista memorial em que se projeta essa pesquisa.



Reunião de organização de calendário - presentes na Foto:Profª Drª Tania Lima. Harrison e Luís ( graduando em História)

Os frutos encontrados até então que se refere ao recorte histórico dos dez primeiros anos inicias do projeto de extensão da UFMA são: CRUTAC iniciado em 1971 com o objetivo e aproximar a Universidade no incentivo a participação do homem da zona rural no processo de desenvolvimento.  Este programa visava a interiorização da universitária, através da realização de estágio, que tem como filosofia de atração a Ação Comunitária.

A fundação do colégio universitário COLUN, ação tomada que tinha como objetivo ministrar o ensino para diversas áreas e dar aos alunos conhecimento suficiente para a futura opção profissional subordinado inicialmente a reitoria no ano de 1968.

Presentes na foto: Profª Drª Tania Lima. Andrei e Luís ( graduando em História)

E o PREXAE iniciado em 1979, sendo iniciativa do Departamento de Extensão (DE) para uma sistemática avaliação de fatores positivos qu deviam ser desenvolvidos pela universidade.

Breve História da UFMA

O projeto Historia e Memória da Extensão da UFMA tem como objetivo resgatar a narrativa historiográfica de projetos desenvolvidos das décadas de 60 a 80, assim ao decorrer de nossa pesquisa foram encontradas referencias relevantes sobre a universidade e suas praticas extencionistas.

 

“ UFMA nasceu, portanto, da fusão da Universidade (Católica) do Maranhão com duas faculdades federais existentes tendo recebido a faculdade de ciências econômicas dois anos depois. Essa ultima existe desde de 1958, mantida pela escola Técnica de Comercio do Maranhão. No momento em que houve sua incorporação, outros cursos superiores estavam sendo criados no Maranhão pelo governo do Estado, cursos que mais tarde foram agrupados na Federação de das Escolas Superiores do Estado do Maranhão (FESMA) atual Universidade Federal do Maranhão”.(p.19).

A referência acima foi destacada do livro Memoria de professores da UFMA e outras historiasda professora drª Regina Faria que conta com excelente trabalho de História oral.

 

Aqui Percebemos uma breve ordem cronológica das faculdades e das tentativas que anteciparam a criação da UFMA:

 

 

 

Recorte Historico ( anos 60 a anos 80)

·         1918 – FACULDADE DE DIREITO DA UFMA

·         1955- CRIADO A SOMACS- SOCIEDADE MARANHENSE DE CULTURA SUPERIOR  E A UNIVERSIDADE CATORLICA DO MARANHÃO

·         1957 – FACULDADE DE CIENCIAS MEDICAS

·         1965 – FACULDADE DE ECONOMIA DO MARANHÃO